ETAPA - 7
Aula-tema: Romantismo em Portugal - momento histórico e características. Garrett. Castelo Branco. Herculano. Julio Dinis.
Esta atividade é importante para que você compreenda, por um lado, uma das obras fundantes do romantismo português e, por outro, também perceba a relevância da retomada dos temas e de algumas características medievais no período. Para realizá-la é importante seguir os passos descritos.
Escrever é representar por sinais gráficos (pensamento, idéia etc.); redigir uma mensagem. Riscar sobre uma superfície (palavras, frases, letras caracteres, etc). Criar (obra escrita); compor, redigir um romance [...] Mas para nós, amantes da literatura, é muito mais do que colocar as letras no papel... É aprisionar o céu infinito com a ponta do lápis.
sexta-feira, 28 de maio de 2010
Passo - 01
Passo 1 - A partir da leitura da História da Literatura Portuguesa, de Antonio José Saraiva, um dos livros de nossa bibliografia, comente o papel fundamental do romance Viagens na Minha Terra (1846), de Almeida Garrett (1799-1854), no cenário do romantismo português.
Para leitura do texto literário: http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=1720 - Acessado em 07 de dezembro de 2009.
As características da obra tomam o espaço principal da história contada em um romance de amor, narração novelesca em torno de Carlos, Frei Dinis e Joaninha, que se passa em 1932, narrada por Almeida Garrett. O mesmo Almeida é o cronista narrador participante, no tempo histórico do séc. XIX, quando à ação decorre durante uma viagem que Garrett faz de Lisboa a Santarém, além de discorrer sobre a paisagem, seus devaneios, o levam até este romance. É uma história real publicada em 1846, com pontos modernistas da prosa literária portuguesa, quando mistura estilos e gêneros por ressaltar ora uma linguagem popular ora clássica, ora jornalística ora dramática. O narrador exerce extrema vivacidade de expressão e imagem.
O papel fundamental de Almeida Garret no cenário do romantismo português,
“...valem também pela análise da situação política e social do país e pela simbologia que Frei Dinis e Carlos representam: no primeiro é visível o que ainda restava de positivo e negativo do Portugal velho, absolutista; o segundo representa, até certo ponto, o espírito renovador e liberal. No entanto, o fracasso de Carlos é em grande parte o fracasso do país que acabava de sair da guerra civil entre miguelistas e liberais e que dava os primeiros passos duma vivência social e política em moldes modernos”. (Por: Isabel Fontes) no site: http://www.mundovestibular.com.br/articles/4367/1/VIAGENS-NA-MINHA-TERRA---Almeida-Garret-Resumo/Paacutegina1.html
Sua obra analisa uma época real do livro “Viagens da Minha Terra”, pois o momento histórico é inserido pelo autor (Almeida Garrett) e vivenciado pelos personagens no decorrer de toda a idéia do livro. Isso nos revela um acentuado individualismo que atravessa toda a sua obra.
Bibliografia:
Disponível em: http://www.mundovestibular.com.br/articles/4367/1/VIAGENS-NA-MINHA-TERRA---Almeida-Garret-Resumo/Paacutegina1.html
- Acesso em: 26 maio 2010.
Para leitura do texto literário: http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=1720 - Acessado em 07 de dezembro de 2009.
As características da obra tomam o espaço principal da história contada em um romance de amor, narração novelesca em torno de Carlos, Frei Dinis e Joaninha, que se passa em 1932, narrada por Almeida Garrett. O mesmo Almeida é o cronista narrador participante, no tempo histórico do séc. XIX, quando à ação decorre durante uma viagem que Garrett faz de Lisboa a Santarém, além de discorrer sobre a paisagem, seus devaneios, o levam até este romance. É uma história real publicada em 1846, com pontos modernistas da prosa literária portuguesa, quando mistura estilos e gêneros por ressaltar ora uma linguagem popular ora clássica, ora jornalística ora dramática. O narrador exerce extrema vivacidade de expressão e imagem.
O papel fundamental de Almeida Garret no cenário do romantismo português,
“...valem também pela análise da situação política e social do país e pela simbologia que Frei Dinis e Carlos representam: no primeiro é visível o que ainda restava de positivo e negativo do Portugal velho, absolutista; o segundo representa, até certo ponto, o espírito renovador e liberal. No entanto, o fracasso de Carlos é em grande parte o fracasso do país que acabava de sair da guerra civil entre miguelistas e liberais e que dava os primeiros passos duma vivência social e política em moldes modernos”. (Por: Isabel Fontes) no site: http://www.mundovestibular.com.br/articles/4367/1/VIAGENS-NA-MINHA-TERRA---Almeida-Garret-Resumo/Paacutegina1.html
Sua obra analisa uma época real do livro “Viagens da Minha Terra”, pois o momento histórico é inserido pelo autor (Almeida Garrett) e vivenciado pelos personagens no decorrer de toda a idéia do livro. Isso nos revela um acentuado individualismo que atravessa toda a sua obra.
Bibliografia:
Disponível em: http://www.mundovestibular.com.br/articles/4367/1/VIAGENS-NA-MINHA-TERRA---Almeida-Garret-Resumo/Paacutegina1.html
- Acesso em: 26 maio 2010.
Passo - 02
Passo 2 - Não são poucos os críticos a sublinhar a tensão entre características românticas e clássicas na obra Almeida Garrett. Nos capítulos 05 e 06 de Viagens na Minha Terra, encontre e comente elementos que justifiquem tal opinião da crítica.
Em “Viagens na minha terra”, há uma contradição interna das personagens, que nos leva à percepção de que o texto tem marcas românticas que se recusam a seguir moldes clássicos.
A dualidade sentimental e vivencial do autor, também contrapõe o amor idealizado à pátria e ao desalento resultante da observação da realidade.
O autor relata a oscilação entre a razão e o sentimento típico da época, buscando expressar o conflito do romântico frente a um mundo visto pelo classicismo, numa mistura de diversos gêneros.
Nos capítulos 05 e 06 de sua obra, os elementos que justificam essa opinião crítica, seria a Transição Clássica: Orfeu e o bosque de Mêlano.
Nós vemos que os capítulos 05 e 06 são bem distintos: um é predominantemente clássico (elementos como campos, pastos etc) e o outro predominantemente romântico (elementos como o crepúsculo etc).
Em “Viagens na minha terra”, há uma contradição interna das personagens, que nos leva à percepção de que o texto tem marcas românticas que se recusam a seguir moldes clássicos.
A dualidade sentimental e vivencial do autor, também contrapõe o amor idealizado à pátria e ao desalento resultante da observação da realidade.
O autor relata a oscilação entre a razão e o sentimento típico da época, buscando expressar o conflito do romântico frente a um mundo visto pelo classicismo, numa mistura de diversos gêneros.
Nos capítulos 05 e 06 de sua obra, os elementos que justificam essa opinião crítica, seria a Transição Clássica: Orfeu e o bosque de Mêlano.
Nós vemos que os capítulos 05 e 06 são bem distintos: um é predominantemente clássico (elementos como campos, pastos etc) e o outro predominantemente romântico (elementos como o crepúsculo etc).
Passo - 03
Passo 3 - Uma das características do período romântico é a retomada de temas medievais. A novela de cavalaria do século XII, Tristão e Isolda, abordada na etapa nº 2, é recuperada, direta ou indiretamente, ao longo da história da literatura. O chamado amor romântico, característico dos romances do século XIX, encontra suas origens no amor paixão do período medieval, aquele que se contrapõe ao amor cortês. Considerando a leitura do romance Amor de Perdição (1862), de Camilo Castelo Branco (1825-1890), faça uma análise comparativa sobre a relação amorosa estabelecida entre as personagens Tesesa Albuquerque e Simão Botelho e entre Tristão e Isolda. Leia a obra em: http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=16586 Acessado em 07 de dezembro de 2009.
Tanto o casal Teresa de Albuquerque e Simão Botelho, quanto Tristão e Isolda, nutrem amor profundo um pelo outro, e são resistentes a toda sorte de obstáculos. Os empecilhos para alcançar a satisfação desse “amor-paixão”, são muito grande e eles não conseguem alcançar o que desejam em vida, a paixão é vencida pela desgraça, ou seja, morrem ambos os casais.
Tristão e Isolda possuem características de amor cortês, pois ela é casada com o rei e está hierarquicamente acima dele, então existe o impedimento moral e social para a união de ambos. Tristão se torna seu vassalo e por ela deixa de ser livre. Ele era um cavaleiro, por isso muitas vezes continha seu ímpeto e desejo usando de inteligência e habilidade para não macular o nome da “amiga” (amada), mas eles nutrem o amor paixão e há indícios da realização do ato sexual entre os dois. Ela a princípio é ingênua e sem malícia, mas ao final, em nome do amor, acaba se tornando sagaz, astuta e inteligente conseguindo enganar o rei em todas as tentativas de condenação. Ambos estão ligados pelo amor mas quanto mais se amam, mais se afastam e diante da impossiblidade de realização desse amor, se comprazem no sofrimento e se deixam levar pela morte.
Já o casal Teresa de Albuquerque e Simão Botelho, são ambos de famílias nobres, porém inimigas, o quê impede a consumação do amor entre os dois por meio do casamento, é um impedimento social. Ele também tem as características de um cavaleiro, apesar de no início do romance ser descrito como inconsequente, pois foi transformado pelo amor, tinha grande nobreza de caráter (O quê é comprovado quando se negou a fugir, após ter matado Baltasar), e era corajoso e fiel aos seus sentimentos e ideais, tanto que tentou raptá-la e nunca desistiu de seu amor, morrendo também, sem haver concretizado esse amor. Ela era uma adolescente aparentemente frágil porém muito forte e capaz de se contrapor à vontade de seu pai, em defesa de seu sentimento. Ela sofre acreditando na justiça divina, mas não obtem a realização de sua felicidade em vida e também morre por tanto amar.As tragédias que envolvem o casal são profundas e marcantes porque possuem traços autobiográficos do autor.
Em ambos os romances existe o antagonismo, eles vivem em conflito com a sociedade e inadaptados ao mundo porque lhes são impostos limites para a realização de seus sonhos e desejos, o que os levam a idéia de morte movida pela ausência da pessoa amada.
Bibliografia:
Disponível em: http://www.scribd.com/doc/22140115/Para-a-leitura-da-obra-Amor-de-Perdicao - Acesso em: 26 maio 2010.
Disponível em: http://www.freewebs.com/areaprojecto92/trabalhos.htm - Acesso em: 26 maio 2010.
Disponível em: http://www.espacoacademico.com.br/078/78damasio.htm - Acesso em: 26 maio 2010.
Tanto o casal Teresa de Albuquerque e Simão Botelho, quanto Tristão e Isolda, nutrem amor profundo um pelo outro, e são resistentes a toda sorte de obstáculos. Os empecilhos para alcançar a satisfação desse “amor-paixão”, são muito grande e eles não conseguem alcançar o que desejam em vida, a paixão é vencida pela desgraça, ou seja, morrem ambos os casais.
Tristão e Isolda possuem características de amor cortês, pois ela é casada com o rei e está hierarquicamente acima dele, então existe o impedimento moral e social para a união de ambos. Tristão se torna seu vassalo e por ela deixa de ser livre. Ele era um cavaleiro, por isso muitas vezes continha seu ímpeto e desejo usando de inteligência e habilidade para não macular o nome da “amiga” (amada), mas eles nutrem o amor paixão e há indícios da realização do ato sexual entre os dois. Ela a princípio é ingênua e sem malícia, mas ao final, em nome do amor, acaba se tornando sagaz, astuta e inteligente conseguindo enganar o rei em todas as tentativas de condenação. Ambos estão ligados pelo amor mas quanto mais se amam, mais se afastam e diante da impossiblidade de realização desse amor, se comprazem no sofrimento e se deixam levar pela morte.
Já o casal Teresa de Albuquerque e Simão Botelho, são ambos de famílias nobres, porém inimigas, o quê impede a consumação do amor entre os dois por meio do casamento, é um impedimento social. Ele também tem as características de um cavaleiro, apesar de no início do romance ser descrito como inconsequente, pois foi transformado pelo amor, tinha grande nobreza de caráter (O quê é comprovado quando se negou a fugir, após ter matado Baltasar), e era corajoso e fiel aos seus sentimentos e ideais, tanto que tentou raptá-la e nunca desistiu de seu amor, morrendo também, sem haver concretizado esse amor. Ela era uma adolescente aparentemente frágil porém muito forte e capaz de se contrapor à vontade de seu pai, em defesa de seu sentimento. Ela sofre acreditando na justiça divina, mas não obtem a realização de sua felicidade em vida e também morre por tanto amar.As tragédias que envolvem o casal são profundas e marcantes porque possuem traços autobiográficos do autor.
Em ambos os romances existe o antagonismo, eles vivem em conflito com a sociedade e inadaptados ao mundo porque lhes são impostos limites para a realização de seus sonhos e desejos, o que os levam a idéia de morte movida pela ausência da pessoa amada.
Bibliografia:
Disponível em: http://www.scribd.com/doc/22140115/Para-a-leitura-da-obra-Amor-de-Perdicao - Acesso em: 26 maio 2010.
Disponível em: http://www.freewebs.com/areaprojecto92/trabalhos.htm - Acesso em: 26 maio 2010.
Disponível em: http://www.espacoacademico.com.br/078/78damasio.htm - Acesso em: 26 maio 2010.
sexta-feira, 21 de maio de 2010
ETAPA - 06
Aula-tema: Arcadismo Português – momento histórico e características.
Bocage. Arcadismo Brasileiro – momento histórico e características.
Lírica: Claudio Manuel da Costa. Tomás Antonio Gonzaga. Épica:
Basílio da Gama e Santa Rita Durão
A obra poética de Manuel Maria de Barbosa du Bacage (1765-1805) é plural em
alternativas temáticas, rítmicas, estilísticas e até ideológicas. Podemos, no
entanto, de maneira didática pensá-la sob três aspectos principais:
1) Como usuária de alguns lugares comuns (topos) da poesia arcádica, tais como
o inutilia truncat (cortar inutilidades da linguagem), o aurea mediocritas (equilíbrio de ouro, meio termo), o fugere urbem (fuga da cidade, gosto
simplicidade do campo), o locus amoenus (lugar sossegado) e o carpe diem
(aproveitar o dia, o gozar agora).
2) Certo egotismo, angustia e interesse por temas noturnos ou mortuários que
contribuiriam para que a posteridade o enxergasse também como préromântico.
3) Uma veia satírica que descortinava as mais baixas atividades morais, sociais e
sexuais do ser humano.
Bocage. Arcadismo Brasileiro – momento histórico e características.
Lírica: Claudio Manuel da Costa. Tomás Antonio Gonzaga. Épica:
Basílio da Gama e Santa Rita Durão
A obra poética de Manuel Maria de Barbosa du Bacage (1765-1805) é plural em
alternativas temáticas, rítmicas, estilísticas e até ideológicas. Podemos, no
entanto, de maneira didática pensá-la sob três aspectos principais:
1) Como usuária de alguns lugares comuns (topos) da poesia arcádica, tais como
o inutilia truncat (cortar inutilidades da linguagem), o aurea mediocritas (equilíbrio de ouro, meio termo), o fugere urbem (fuga da cidade, gosto
simplicidade do campo), o locus amoenus (lugar sossegado) e o carpe diem
(aproveitar o dia, o gozar agora).
2) Certo egotismo, angustia e interesse por temas noturnos ou mortuários que
contribuiriam para que a posteridade o enxergasse também como préromântico.
3) Uma veia satírica que descortinava as mais baixas atividades morais, sociais e
sexuais do ser humano.
Passo - 01
Passo 1 - A partir da leitura dos três sonetos abaixo, indique e justifique em que
linha da obra de Bocage, dentre as que acabamos de descrever, cada um deles se enquadraria. Para ler mais alguns sonetos do autor:
http://www.culturabrasil.pro.br/bocagesonetos.htm Acessado em 06 de dezembro de 2009.
Este é um soneto que faz parte da poesia pré-romântica de Bocage pois o tema é sentimental (é o desabafo de um homem apaixonado para a noite); existe a presença do eu-lírico com um tom declamatório ( o poeta prefere a noite ao dia, o escuro ao claro e descobre em meio à subjetividade, o sentimento de mistério e egocentrismo); há um desespero íntimo expressado pelo locus horrendus (retrato da morte, noite, escuridão, fantasmas, etc).
Oh retrato da morte, oh Noite amiga
Por cuja escuridão suspiro há tanto!
Calada testemunha de meu pranto,
De meus desgostos secretária antiga!
Pois manda Amor, que a ti somente os diga,
Dá-lhes pio agasalho no teu manto;
Ouve-os, como costumas, ouve, enquanto
Dorme a cruel, que a delirar me obriga:
E vós, oh cortesãos da escuridade,
Fantasmas vagos, mochos piadores,
Inimigos como eu, da claridade!
Em bandos acudi aos meus clamores;
Quero a vossa medonha sociedade,
Quero fartar meu coração de horrores.
O soneto de Bocage a seguir, faz parte de sua poesia lírica, pois há a presença do locus amoenus (o poema se passa no campo, um lugar paradisíaco); se trata de um tema bucólico e pastoril; há presença de elementos da mitologia Grega (Zéfiros – divindade dos ventos)
Olha, Marília, as flautas dos pastores,
Que bom que soam, como estão cadentes!
Olha o Tejo a sorrir-te! Olha não sentes
Os Zéfiros brincar por entre as flores?
Vê como ali, beijando-se os Amores
Incitam nossos ósculos ardentes!
Ei-las de planta em planta as inocentes,
As vagas borboletas de mil cores!
Naquele arbusto o rouxinol suspira,
Ora nas folhas a abelhinha pára,
Ora nos ares sussurrando gira:
Que alegre campo! que manhã tão clara!
Mas ah! Tudo o que vês, se eu te não vira,
Mais tristeza que a morte me causara.
O soneto seguinte se enquadra na poesia erótica e satírica de Bocage, mais especificamente a satírica, pois se aproxima da Cantiga de Escárnio, o poeta ofende a dama sem nomeá-la (chama-a de malígno dragão, cruel harpia, monstro, etc e sutilmente a manda para o inferno.)
Tu, maligno dragão, cruel harpia,
monstro dos monstros, fúria dos infernos,
que em vil murmuração, ralhos eternos
Estragas sem descanso a noite, e o dia:
Tu, que nas horas em que o mocho pia,
Caluniaste meus suspiros ternos,
Sacode a carga de noventa invernos
Nas descarnadas mãos da morte fria:
Cai de chofre no báratro profundo,
Cai nas entranhas da voraz fornalha,
Deixa em sossego o miserável mundo:
E entre a maldita, réproba canalha,
Lá bem longe de nós, lá bem no fundo,
Arde, murmura, amaldiçoa, e ralha.
BIBLIOGRAFIA:
Disponível em: http://www.culturabrasil.pro.br/bocagesonetos.htm - Acesso em: 20 mar. 2010.
Disponível em: http://www.infopedia.pt/$zefiros - Acesso em: 20 mar. 2010.
Disponível em: http://www.prof2000.pt/users/lrdp/anal.poembc.htm - Acesso em: 20 mar. 2010.
linha da obra de Bocage, dentre as que acabamos de descrever, cada um deles se enquadraria. Para ler mais alguns sonetos do autor:
http://www.culturabrasil.pro.br/bocagesonetos.htm Acessado em 06 de dezembro de 2009.
Este é um soneto que faz parte da poesia pré-romântica de Bocage pois o tema é sentimental (é o desabafo de um homem apaixonado para a noite); existe a presença do eu-lírico com um tom declamatório ( o poeta prefere a noite ao dia, o escuro ao claro e descobre em meio à subjetividade, o sentimento de mistério e egocentrismo); há um desespero íntimo expressado pelo locus horrendus (retrato da morte, noite, escuridão, fantasmas, etc).
Oh retrato da morte, oh Noite amiga
Por cuja escuridão suspiro há tanto!
Calada testemunha de meu pranto,
De meus desgostos secretária antiga!
Pois manda Amor, que a ti somente os diga,
Dá-lhes pio agasalho no teu manto;
Ouve-os, como costumas, ouve, enquanto
Dorme a cruel, que a delirar me obriga:
E vós, oh cortesãos da escuridade,
Fantasmas vagos, mochos piadores,
Inimigos como eu, da claridade!
Em bandos acudi aos meus clamores;
Quero a vossa medonha sociedade,
Quero fartar meu coração de horrores.
O soneto de Bocage a seguir, faz parte de sua poesia lírica, pois há a presença do locus amoenus (o poema se passa no campo, um lugar paradisíaco); se trata de um tema bucólico e pastoril; há presença de elementos da mitologia Grega (Zéfiros – divindade dos ventos)
Olha, Marília, as flautas dos pastores,
Que bom que soam, como estão cadentes!
Olha o Tejo a sorrir-te! Olha não sentes
Os Zéfiros brincar por entre as flores?
Vê como ali, beijando-se os Amores
Incitam nossos ósculos ardentes!
Ei-las de planta em planta as inocentes,
As vagas borboletas de mil cores!
Naquele arbusto o rouxinol suspira,
Ora nas folhas a abelhinha pára,
Ora nos ares sussurrando gira:
Que alegre campo! que manhã tão clara!
Mas ah! Tudo o que vês, se eu te não vira,
Mais tristeza que a morte me causara.
O soneto seguinte se enquadra na poesia erótica e satírica de Bocage, mais especificamente a satírica, pois se aproxima da Cantiga de Escárnio, o poeta ofende a dama sem nomeá-la (chama-a de malígno dragão, cruel harpia, monstro, etc e sutilmente a manda para o inferno.)
Tu, maligno dragão, cruel harpia,
monstro dos monstros, fúria dos infernos,
que em vil murmuração, ralhos eternos
Estragas sem descanso a noite, e o dia:
Tu, que nas horas em que o mocho pia,
Caluniaste meus suspiros ternos,
Sacode a carga de noventa invernos
Nas descarnadas mãos da morte fria:
Cai de chofre no báratro profundo,
Cai nas entranhas da voraz fornalha,
Deixa em sossego o miserável mundo:
E entre a maldita, réproba canalha,
Lá bem longe de nós, lá bem no fundo,
Arde, murmura, amaldiçoa, e ralha.
BIBLIOGRAFIA:
Disponível em: http://www.culturabrasil.pro.br/bocagesonetos.htm - Acesso em: 20 mar. 2010.
Disponível em: http://www.infopedia.pt/$zefiros - Acesso em: 20 mar. 2010.
Disponível em: http://www.prof2000.pt/users/lrdp/anal.poembc.htm - Acesso em: 20 mar. 2010.
Passo - 02
Passo 2 - Além dos lugares comuns mencionados na etapa anterior sobre a poesia árcade, segundo a opinião da maioria dos críticos e historiadores, poetas como Claudio Manuel da Costa (1729-1789), Tomás Antonio Gonzaga (1744-1810), Silva Alvarenga (1749-1814) e Domingos Caldas Barbosa (1739-1800)teriam colaborado para uma primeira apreensão poética da terra brasílica e para fundar um dos traços distintivos da poesia nacional em relação à portuguesa: a suavidade lírica, a musicalidade deslizante. Ambas as características, que se tornariam essenciais e até programáticas no período romântico, nas palavras de Antonio Candido, fizeram com que na poesia de Alvarenga, por exemplo, “os contornos da natureza” adquirissem “fluidez musical”. Leia os dois poemas abaixo – o primeiro de Claudio Manuel da Costa, o segundo de Tomás Antonio Gonzaga – indicando e justificando se neles existem e quais seriam: a) as características típicas do arcadismo; b) os recursos rítmicos e lingüísticos que dão “fluidez musical” ao texto.
Para aprofundar os conhecimentos sobre a obra de Claudio Manuel da Costa e Tomás
Antonio Gonzaga, visite respectivamente:
http://www.cce.ufsc.br/~nupill/literatura/claudio.html e
http://www.cce.ufsc.br/~nupill/literatura/gonzaga.html Acessados em 06 de dezembro
de 2009.
a) as características típicas do arcadismo:
O Arcadismo teve duas fases: a primeira marcada pelo espírito neoclássico e a segunda marcada por manifestações pré-românticas.
O Arcadismo reagiu contra os exageros verbais do Barroco, propondo a clareza, a simplicidade e o equilíbrio clássico.
Cláudio Manuel da Costa marcou o inicio do Arcadismo no Brasil, sendo considerado o representante mais significativo dessa escola literária.
O autor teve influencia da tradição poética do século XVI, cujo nome mais importante é Camões.
Apesar de apresentar traços do Barroco em certos casos, a poesia arcádica é um modelo de simplicidade e objetividade, se comparada com as obras do período anterior.
Nessa simplificação de linguagem encontramos no verso sem rima, na singeleza do vocabulário e na menor incidência de comparações e antíteses.
Foi um poeta de transição muito preso às imagens do Barroco, não conseguindo se desligar dos cenários dominados por pedras, rochas, grutas e penhascos, indicando as raízes de sua região natal (paisagens de Minas), viu na natureza um consolo para suas aflições.
Outra presença constante é a mulher amada, a pastora Nise citada na estrofe VIII:
VIII
Nise, que a cada instante
Teu números ouvia,
Ou fosse noite, ou dia,
Jamais não te ouvirá.
Cansado o peito amante
Somente ao desengano
O culto soberano
Pretende tributar.
Na estrofe IX aparecem figuras mitológicas, outra característica do Arcadismo, com as citações de Aracne, uma mortal tecelã amaldiçoada pela Deusa Minerva:
IX
De todo enfim deixada
No horror deste arvoredo,
Em ti seu tosco enredo Aracne tecerá.
Em paz se fique a amada,
Por quem teu canto inspiras;
E tu, que a paz me tiras,
Também te fica em paz.
Os motivos bucólicos, neoclássicos e o idealismo platônico são as principais características de sua poesia.
A obra “Marilia de Dirceu” de Cláudio Manuel da Costa, é a lírica amorosa mais popular da literatura de língua portuguesa. É dividida em 3 partes:
Na 1ª estão os poemas escritos na época anterior à prisão do autor, já a 2ª e a 3ª parte foram escritas na prisão da ilha das Cobras e os poemas exprimem a solidão de Dirceu, saudoso de Marília.
Mas vamos citar as características da 1ª parte que é dividida em 33 liras, em especifico a lira IV.
Nessa lira, o autor canta a beleza de sua "pastora" Marília (Maria Dorotéia Joaquina de Seixas):
Marília, teus olhos
São réus, e culpados,
Que sofra, e que beije
Os ferros pesados
De injusto Senhor.
Marília, escuta
Um triste Pastor.
Nessa outra passagem o autor parece descrever quando a paixão revelou-se em sua vida, traduzindo os anseios e nervosismos muito comuns aos apaixonados, principalmente quando estes se deparam com a pessoa especial:
Mal vi o teu rosto,
O sangue gelou-se,
A língua prendeu-se,
Tremi, e mudou-se
Das faces a cor.
Marília, escuta
Um triste Pastor.
A vista furtiva,
O riso imperfeito,
Fizeram a chaga,
Que abriste no peito,
Mais funda, e maior.
Marília, escuta
Um triste Pastor.
De maneira geral a busca pela clareza, simplicidade, equilíbrio é feita a partir do modelo da natureza onde entra o Bucolismo com referências permanentes ao campo e à vida pastoril idealizada pelos árcades:
Dispus-me a servir-te;
Levava o teu gado
À fonte mais clara,
À vargem, e prado
De relva melhor.
Marília, escuta
Um triste Pastor.
Se vinha da herdade,
Trazia dos ninhos
As aves nascidas,
Abrindo os biquinhos
De fome ou temor.
Marília, escuta
Um triste Pastor.
Nesta outra parte da lira, o autor denota preferência pelo verso leve, tratado com facilidade:
Se alguém te louvava,
De gosto me enchia;
Mas sempre o ciúme
No rosto acendia
Um vivo calor.
Marília, escuta
Um triste Pastor.
Se estavas alegre,
Dirceu se alegrava;
Se estavas sentida,
Dirceu suspirava
À força da dor.
Marília, escuta
Um triste Pastor.
Os temas evidentes em Gonzaga são:
• Carpe diem – em latim, “colhe o dia que passa”. Em face da transitoriedade da vida, dá-se aqui o convite a gozar o momento presente.
• Locus amoenus – lugar tranqüilo, ameno, onde se pode encontrar a paz.
• Aurea medocritas – expressão latina que simboliza a existência sem sobressaltos, sem ambições de glória ou de fortuna, o meio termo saudável (este se liga ainda com a corrente filosófica do estoicismo).
• Imitilia truncat – cortar as inutilidades, os exageros, buscar satisfação naquilo que é simples (há também uma analogia com o estoicismo).
• Fugere urbem – expressão latina que indica fugir da cidade, buscar a natureza, o paraíso perdido (a natureza torna-se o locus amoenus).
De fato, esses temas são presentes e constantes na Lira IV. Predomina o convencionalismo arcádico onde se constata com mais intensidade a presença do bucolismo, da imitação, da vida simples junto à natureza e do pastoralismo.
Não é somente a persistência nesses elementos tradicionais da poesia que define o seu estilo, mas, sobretudo as novidades sentimentais acrescidas a uma literatura derrancada no esforço de remoer, sem cessar, a antiguidade.
b) os recursos rítmicos e lingüísticos que dão “fluidez musical” ao texto.
A cançoneta "À Lira desprezo” está escrita em versos brancos com dois versos em cada estrofe que rimam entre si, sujeitas ao esquema rímico ABBC ADDE.
A musicalidade e o ritmo da leitura são proporcionados pela métrica alternada dos versos junto das rimas.
Na Lira IV "Marilia de Dirceu", a estrutura métrica é uma versificação pouco variada e a par dos versos de quatro sílabas (células métricas). Vêm a redondilha menor com acentuação na 2ª e 5ª sílaba; o heróico quebrado sempre em combinação e a redondilha maior; o decassílabo.
Há uma refinada simplicidade neoclássica com uma dicção aparentemente direta e espontânea, um ritmo agradável, suavizado pelos versos curtos, pela alternância de decassílabos e hexassílabos, pelo uso do refrão e dos versos brancos.
Marília, escuta
Um triste Pastor.
Nesse refrão encontramos uma marca forte e evidente de musicalidade que dá ritmo ao poema.
Bibliografia:
Disponível em: http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_completas/m/marilia_de_dirceu
- Acesso em: 18 mar. 2010.
Disponível em: http://www.graudez.com.br/literatura/obras/tagonzaga.htm - Acesso em: 18 mar. 2010.
Disponível em: http://www.portrasdasletras.com.br/pdtl2/sub.php?op=resumos/docs/marilia - Acesso em: 19 mar. 2010.
Disponível em: http://www.mafua.ufsc.br/rachelpantalena.html - Acesso em: 20 mar. 2010.
Para aprofundar os conhecimentos sobre a obra de Claudio Manuel da Costa e Tomás
Antonio Gonzaga, visite respectivamente:
http://www.cce.ufsc.br/~nupill/literatura/claudio.html e
http://www.cce.ufsc.br/~nupill/literatura/gonzaga.html Acessados em 06 de dezembro
de 2009.
a) as características típicas do arcadismo:
O Arcadismo teve duas fases: a primeira marcada pelo espírito neoclássico e a segunda marcada por manifestações pré-românticas.
O Arcadismo reagiu contra os exageros verbais do Barroco, propondo a clareza, a simplicidade e o equilíbrio clássico.
Cláudio Manuel da Costa marcou o inicio do Arcadismo no Brasil, sendo considerado o representante mais significativo dessa escola literária.
O autor teve influencia da tradição poética do século XVI, cujo nome mais importante é Camões.
Apesar de apresentar traços do Barroco em certos casos, a poesia arcádica é um modelo de simplicidade e objetividade, se comparada com as obras do período anterior.
Nessa simplificação de linguagem encontramos no verso sem rima, na singeleza do vocabulário e na menor incidência de comparações e antíteses.
Foi um poeta de transição muito preso às imagens do Barroco, não conseguindo se desligar dos cenários dominados por pedras, rochas, grutas e penhascos, indicando as raízes de sua região natal (paisagens de Minas), viu na natureza um consolo para suas aflições.
Outra presença constante é a mulher amada, a pastora Nise citada na estrofe VIII:
VIII
Nise, que a cada instante
Teu números ouvia,
Ou fosse noite, ou dia,
Jamais não te ouvirá.
Cansado o peito amante
Somente ao desengano
O culto soberano
Pretende tributar.
Na estrofe IX aparecem figuras mitológicas, outra característica do Arcadismo, com as citações de Aracne, uma mortal tecelã amaldiçoada pela Deusa Minerva:
IX
De todo enfim deixada
No horror deste arvoredo,
Em ti seu tosco enredo Aracne tecerá.
Em paz se fique a amada,
Por quem teu canto inspiras;
E tu, que a paz me tiras,
Também te fica em paz.
Os motivos bucólicos, neoclássicos e o idealismo platônico são as principais características de sua poesia.
A obra “Marilia de Dirceu” de Cláudio Manuel da Costa, é a lírica amorosa mais popular da literatura de língua portuguesa. É dividida em 3 partes:
Na 1ª estão os poemas escritos na época anterior à prisão do autor, já a 2ª e a 3ª parte foram escritas na prisão da ilha das Cobras e os poemas exprimem a solidão de Dirceu, saudoso de Marília.
Mas vamos citar as características da 1ª parte que é dividida em 33 liras, em especifico a lira IV.
Nessa lira, o autor canta a beleza de sua "pastora" Marília (Maria Dorotéia Joaquina de Seixas):
Marília, teus olhos
São réus, e culpados,
Que sofra, e que beije
Os ferros pesados
De injusto Senhor.
Marília, escuta
Um triste Pastor.
Nessa outra passagem o autor parece descrever quando a paixão revelou-se em sua vida, traduzindo os anseios e nervosismos muito comuns aos apaixonados, principalmente quando estes se deparam com a pessoa especial:
Mal vi o teu rosto,
O sangue gelou-se,
A língua prendeu-se,
Tremi, e mudou-se
Das faces a cor.
Marília, escuta
Um triste Pastor.
A vista furtiva,
O riso imperfeito,
Fizeram a chaga,
Que abriste no peito,
Mais funda, e maior.
Marília, escuta
Um triste Pastor.
De maneira geral a busca pela clareza, simplicidade, equilíbrio é feita a partir do modelo da natureza onde entra o Bucolismo com referências permanentes ao campo e à vida pastoril idealizada pelos árcades:
Dispus-me a servir-te;
Levava o teu gado
À fonte mais clara,
À vargem, e prado
De relva melhor.
Marília, escuta
Um triste Pastor.
Se vinha da herdade,
Trazia dos ninhos
As aves nascidas,
Abrindo os biquinhos
De fome ou temor.
Marília, escuta
Um triste Pastor.
Nesta outra parte da lira, o autor denota preferência pelo verso leve, tratado com facilidade:
Se alguém te louvava,
De gosto me enchia;
Mas sempre o ciúme
No rosto acendia
Um vivo calor.
Marília, escuta
Um triste Pastor.
Se estavas alegre,
Dirceu se alegrava;
Se estavas sentida,
Dirceu suspirava
À força da dor.
Marília, escuta
Um triste Pastor.
Os temas evidentes em Gonzaga são:
• Carpe diem – em latim, “colhe o dia que passa”. Em face da transitoriedade da vida, dá-se aqui o convite a gozar o momento presente.
• Locus amoenus – lugar tranqüilo, ameno, onde se pode encontrar a paz.
• Aurea medocritas – expressão latina que simboliza a existência sem sobressaltos, sem ambições de glória ou de fortuna, o meio termo saudável (este se liga ainda com a corrente filosófica do estoicismo).
• Imitilia truncat – cortar as inutilidades, os exageros, buscar satisfação naquilo que é simples (há também uma analogia com o estoicismo).
• Fugere urbem – expressão latina que indica fugir da cidade, buscar a natureza, o paraíso perdido (a natureza torna-se o locus amoenus).
De fato, esses temas são presentes e constantes na Lira IV. Predomina o convencionalismo arcádico onde se constata com mais intensidade a presença do bucolismo, da imitação, da vida simples junto à natureza e do pastoralismo.
Não é somente a persistência nesses elementos tradicionais da poesia que define o seu estilo, mas, sobretudo as novidades sentimentais acrescidas a uma literatura derrancada no esforço de remoer, sem cessar, a antiguidade.
b) os recursos rítmicos e lingüísticos que dão “fluidez musical” ao texto.
A cançoneta "À Lira desprezo” está escrita em versos brancos com dois versos em cada estrofe que rimam entre si, sujeitas ao esquema rímico ABBC ADDE.
A musicalidade e o ritmo da leitura são proporcionados pela métrica alternada dos versos junto das rimas.
Na Lira IV "Marilia de Dirceu", a estrutura métrica é uma versificação pouco variada e a par dos versos de quatro sílabas (células métricas). Vêm a redondilha menor com acentuação na 2ª e 5ª sílaba; o heróico quebrado sempre em combinação e a redondilha maior; o decassílabo.
Há uma refinada simplicidade neoclássica com uma dicção aparentemente direta e espontânea, um ritmo agradável, suavizado pelos versos curtos, pela alternância de decassílabos e hexassílabos, pelo uso do refrão e dos versos brancos.
Marília, escuta
Um triste Pastor.
Nesse refrão encontramos uma marca forte e evidente de musicalidade que dá ritmo ao poema.
Bibliografia:
Disponível em: http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_completas/m/marilia_de_dirceu
- Acesso em: 18 mar. 2010.
Disponível em: http://www.graudez.com.br/literatura/obras/tagonzaga.htm - Acesso em: 18 mar. 2010.
Disponível em: http://www.portrasdasletras.com.br/pdtl2/sub.php?op=resumos/docs/marilia - Acesso em: 19 mar. 2010.
Disponível em: http://www.mafua.ufsc.br/rachelpantalena.html - Acesso em: 20 mar. 2010.
Passo - 03
Passo 3 - Em sua Formação da Literatura Brasileira Antonio Candido compreende a “literatura” como uma forma de “sistema”. Os fatores necessários para a formação de tal sistema e, portanto, essenciais para a existência do que entende como sendo “literatura” seriam: o público, os escritores e as obras. Por isso, segundo esse ponto de vista, o primeiro momento histórico-literário no Brasil que conseguiu definir de fato uma prática literária foi o Arcadismo. Explique quais os motivos que levaram Antonio Candido, em seu texto “A dois séculos d’O Uruguai”, a considerar a obra de Basílio da Gama (1740-1795) como sendo uma espécie de anti-epopéia? Qual elemento Candido considera que acaba salvando o poema,
pelo fato de passar a ocupar o primeiro plano, mesmo que a princípio aparecesse como um mero pretexto? Para ler a épica na íntegra:
Acessado em 06 de
dezembro de 2009.
Antonio Candido considera a obra de Basílio da Gama como sendo uma espécie de anti-epopéia, porque não é uma aventura ao pé da letra, é apenas um relato da história sem menção à mitologia greco romana, diferentemente do que ocorre nas epopéias tradicionais, não há a invocação e a proposição de deuses e deusas. Antonio Candido afirma que é um “erro considerá-la epopéia, não se devendo perder de vista que é primeiramente, lírica; em seguida, heróica; finalmente, didática”.
O elemento de salvamento é o índio, ainda que vilão da história, porém é o índio autenticamente brasileiro. É o 1º poema a descrever a representação do índio, na qual divide-se entre a idealização que pretende ver nele o bom selvagem, e uma outra, que o eleva à condição de oponente ilustrado do herói do poema. Neste poema não é descrita a exaltação da brasilidade, pois o elemento nativo é derrotado pelas armas e pela razão do europeu, mas os atributos positivos do índio e o deslocamento da condição negativa de antagonista para os padres jesuítas.
pelo fato de passar a ocupar o primeiro plano, mesmo que a princípio aparecesse como um mero pretexto? Para ler a épica na íntegra:
dezembro de 2009.
Antonio Candido considera a obra de Basílio da Gama como sendo uma espécie de anti-epopéia, porque não é uma aventura ao pé da letra, é apenas um relato da história sem menção à mitologia greco romana, diferentemente do que ocorre nas epopéias tradicionais, não há a invocação e a proposição de deuses e deusas. Antonio Candido afirma que é um “erro considerá-la epopéia, não se devendo perder de vista que é primeiramente, lírica; em seguida, heróica; finalmente, didática”.
O elemento de salvamento é o índio, ainda que vilão da história, porém é o índio autenticamente brasileiro. É o 1º poema a descrever a representação do índio, na qual divide-se entre a idealização que pretende ver nele o bom selvagem, e uma outra, que o eleva à condição de oponente ilustrado do herói do poema. Neste poema não é descrita a exaltação da brasilidade, pois o elemento nativo é derrotado pelas armas e pela razão do europeu, mas os atributos positivos do índio e o deslocamento da condição negativa de antagonista para os padres jesuítas.
Passo - 04
Passo 4 - Explique, de modo sucinto, o argumento da obra Caramuru (1781) de Frei José de Santa Rita Durão (1722-1784). Como Antonio Candido entende o “movimento” e a “parada” na obra Caramuru? Qual destes dois elementos considera mais relevante em sua análise? Explique. Para consultar o texto: http://www.cce.ufsc.br/~nupill/literatura/durao.html - Acessado em 06 de dezembro de 2009.
A obra Caramuru, segundo Antonio Candido, é primeiramente lírica, heróica e didática, com assunto reduzido e atual, além de ser pequena e conter a presença do satírico e do burlesco.
O poema relata as aventuras do colonizador português Diogo Álvares que domina as tribos do Recôncavo e se casa com uma princesa- índia cristianizada,que lhe dá o direito de governo sobre seu povo.
O autor utiliza-se dos sete cantos iniciais para narrar as aventuras de Diogo Álvares entre os índios, em meio a muitas guerras e muito sangue, é este o “movimento”, segundo Antonio Candido. Nos últimos três cantos é que são narrados os fatos históricos, por meio da profetização de Paraguaçu, e que descambam na monotonia e prolixidade, é esta a “parada”.
Diogo Caramuru e Paraguaçu Catarina, são figuras que transitam entre o mundo europeu e o mundo americano e dão vida ao poema. Apesar de o movimento ser a fase mais relevante, a leitura do final também é agradável, pois é um poema épico e político com um lirismo terno e heróico, que nos permite ver com simpatia a vida do índio brasileiro.
Santa Rita Durão conseguiu mesclar o erudito da oitava rima clássica com o exótico regional, resultando em uma epopéia de celebração e uma justificativa do processo colonizador feito a partir do trabalho missionário.
BIBLIOGRAFIA
Disponível em: http://repositorio.bce.unb.br/bitstream/10482/1398/1/Tese_2007_ElzimarRibeiro.pdf
- Acesso em: 19 maio 2010.
A obra Caramuru, segundo Antonio Candido, é primeiramente lírica, heróica e didática, com assunto reduzido e atual, além de ser pequena e conter a presença do satírico e do burlesco.
O poema relata as aventuras do colonizador português Diogo Álvares que domina as tribos do Recôncavo e se casa com uma princesa- índia cristianizada,que lhe dá o direito de governo sobre seu povo.
O autor utiliza-se dos sete cantos iniciais para narrar as aventuras de Diogo Álvares entre os índios, em meio a muitas guerras e muito sangue, é este o “movimento”, segundo Antonio Candido. Nos últimos três cantos é que são narrados os fatos históricos, por meio da profetização de Paraguaçu, e que descambam na monotonia e prolixidade, é esta a “parada”.
Diogo Caramuru e Paraguaçu Catarina, são figuras que transitam entre o mundo europeu e o mundo americano e dão vida ao poema. Apesar de o movimento ser a fase mais relevante, a leitura do final também é agradável, pois é um poema épico e político com um lirismo terno e heróico, que nos permite ver com simpatia a vida do índio brasileiro.
Santa Rita Durão conseguiu mesclar o erudito da oitava rima clássica com o exótico regional, resultando em uma epopéia de celebração e uma justificativa do processo colonizador feito a partir do trabalho missionário.
BIBLIOGRAFIA
Disponível em: http://repositorio.bce.unb.br/bitstream/10482/1398/1/Tese_2007_ElzimarRibeiro.pdf
- Acesso em: 19 maio 2010.
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