pelo fato de passar a ocupar o primeiro plano, mesmo que a princípio aparecesse como um mero pretexto? Para ler a épica na íntegra:
dezembro de 2009.
Antonio Candido considera a obra de Basílio da Gama como sendo uma espécie de anti-epopéia, porque não é uma aventura ao pé da letra, é apenas um relato da história sem menção à mitologia greco romana, diferentemente do que ocorre nas epopéias tradicionais, não há a invocação e a proposição de deuses e deusas. Antonio Candido afirma que é um “erro considerá-la epopéia, não se devendo perder de vista que é primeiramente, lírica; em seguida, heróica; finalmente, didática”.
O elemento de salvamento é o índio, ainda que vilão da história, porém é o índio autenticamente brasileiro. É o 1º poema a descrever a representação do índio, na qual divide-se entre a idealização que pretende ver nele o bom selvagem, e uma outra, que o eleva à condição de oponente ilustrado do herói do poema. Neste poema não é descrita a exaltação da brasilidade, pois o elemento nativo é derrotado pelas armas e pela razão do europeu, mas os atributos positivos do índio e o deslocamento da condição negativa de antagonista para os padres jesuítas.
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